sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pavlov's daughter

Filhas de um experimento, experimento em forma de filhas, continuidade, não recesso, salivas e sinos batendo.
Quem pra chamar de cruel um cientista que trabalha com animais? Quem pra chamar de cruel a vida que trabalha com os seres humanos?
Um sino, saliva. Uma surpresa, uma alegria, saliva. Uma memória, um cheiro, saliva. Uma tristeza, uma dor, sem saliva - ou não.
Um condicionamento, dois condicionamentos, milhares de condicionamentos. E a saliva é metafórica para os humanos - ou nem tanto assim.
Condicionados a respirar, a viver, a comer, a foder, a chorar, a viver, a respirar.
E condicionados, condicionados. E se não condicionados, mortos. De uma forma ou outra. A vida acaba para quem não é condicionado.
A vida só começa quando não se é condicionado.
Uma forma de vida que nunca será conhecida.
Uma forma de vida que nunca foi conhecida.
Uma forma de vida que não é.
Mesmo que insista.

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