sábado, 31 de dezembro de 2011

Mel in ore, fel in corde

I

Verdadeiras as minhas palavras
Verdadeiros meus sentimentos
Visto que são tormentos
Visto que são o que lavras.

II

Vista sua roupa nova
Por cima de coração carcomido
Enfeite-se com aquela trova
Do seu choro conhecido.

III

Vejo, o que digo que não vejo
Não escuto, enquanto lhe presto atenção
Não digo, para corromper sua opinião
Respiro, para não deixar vago meu azulejo

(afinal parece que na vida o espaço é rotativo, não?)

IV

E por aqui fica lançado:
Eu não preciso de frases rimadas,
preciso é que de fato entendas,
minha palavra é tão ou mais falsa do que pensas.

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